terça-feira, 23 de setembro de 2008

Balanços mais subjetivos

Fevereiro 28, 2008
Balanços ficarão mais subjetivosDe São Paulo27/02/2008
A vida dos contadores e dos auditores vai ficar mais emocionante. A convergência da legislação contábil brasileira aos padrões internacionais do IFRS significa que esses profissionais terão de exercitar mais a capacidade de julgamento na sua atividade. “O contador vai ter que sair de sua cadeira confortável e olhar o mundo”, enfatizou o professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), Eliseu Martins.
O motivo da necessidade de julgamento deve-se ao fato de o IFRS, padrão para o qual o Brasil está convergindo, ser baseado em princípios gerais e não em regras rígidas. Por enquanto, porém, os profissionais não estão achando a vida mais emocionante. Estão temerosos, achando o simples exercício de sua profissão mais arriscado.
Durante seminário realizado ontem na Fipecafi, os professores Eliseu Martins e Ariovaldo dos Santos foram alvo de muitas dúvidas, em especial sobre como tomar decisões em relação a normas e diretrizes pouco exatas que falam em efeitos “materialmente relevantes”, “significativos”, “importantes”, “substanciais” a serem descritos pelas empresas.
Diante dos questionamentos, Nelson Carvalho, presidente do conselho consultivo do Comitê Internacional de Normas de Contabilidade (Iasb , na sigla em inglês), que estava na platéia, tomou o microfone. “O mundo inteiro, não só o Brasil, clama por percentuais”, disse ele, referindo-se a parâmetros que poderiam ser fornecidos para orientar a aplicação das normas.
Porém, Carvalho pôs fim às esperanças dos adeptos das “regrinhas de bolso”, citando o presidente do Iasb, David Tweed: “Estamos marchando para uma contabilidade baseada em princípios e não em regras. Se dermos percentuais, voltaremos às regras”.
Eliseu Martins destacou que os grandes escândalos da contabilidade internacional, como o da Enron, não aconteceram por erro de julgamento e sim por uso de brechas nas regras.
Para Ariovaldo dos Santos, o professor destacou que será normal a existência de erros durante a fase de transição das normas brasileiras ao padrão internacional. “Mas isso é só por um ano ou dois”, brincou ele. Santos enfatizou que quando a companhia não souber como proceder pode buscar orientação nas normas do Iasb para o IFRS, pois é o para onde o país está rumando. “É necessária uma completa mudança de atitude.” (GV e NN) Valor EconômicoEnviado por Ricardo Viana
Obs: Esse texto demonstra que as IFRS são subjetivas são princípios e não regras.Assim esse ponto é bastante discutido pelos críticos a adoção do IFRS, como Profº Antônio Lopes de Sá.

Alicerces do IFRS

3 de Setembro de 2008 - Até 2010 as empresas de capital aberto terão de se adaptar às novas normas contábeis internacionais (IFRS). O setor que será mais prejudicado é o de construção civil.

SÃO PAULO, 3 de setembro de 2008 - As empresas de capital aberto do setor de construção civil serão as mais prejudicadas com a implantação das normas internacionais de contabilidade (IFRS). É o que afirma Daniel Maranhão, sócio da Terco Grant Thornton, empresa de consultoria e auditoria. "O setor (somente para companhias abertas) será impactado negativamente no curto prazo, isso porque vai mudar a prática contábil de reconhecimento das vendas, resultando também em uma alteração no lucro", destaca Daniel Maranhão. Ele acrescentou ainda que cada setor será impactado de forma diferente, porque vai depender das normas que cabem aquele segmento, por isso alguns resultados podem vir melhores enquanto que outros podem vir piores. A implantação e divulgação de 100% das demonstrações financeiras consolidadas terá de ser feita por todas as 444 companhias (contabilizadas até agosto) listadas na bolsa brasileira, a BM&FBovespa. O prazo máximo é até 2010. Já no próximo ano, as empresas que optarem podem se antecipar e divulgar seus resultados em IFRS. Para preparar as demonstrações financeiras de acordo com as normas internacionais de contabilidade, as empresas têm de seguir as 49 normas constituídas no IFRS. Esse procedimento de migração das práticas contábeis brasileira às internacionais permite as empresas transparência, credibilidade e agilidade nas informações, uma vez que todas as companhias de capital aberto utilizarão o mesmo padrão contábil. Para Daniel Maranhão, a adoção desse padrão também permitirá a captação de recursos, a facilidade para os investidores no processo de entendimento e análise, além de atraí-los para o mercado local, para negociar ações na bolsa. "Esse movimento não é só positivo para a bolsa brasileira, mas também para as empresas. A tendência é que os papéis dessas companhias listadas na bolsa apresentem valorização, em função do padrão", afirma Maranhão. Já as empresas brasileiras de capital fechado não têm a obrigação de publicar suas informações financeiras nesse padrão internacional. Mas Daniel Maranhão não descarta a possibilidade de um processo de convergência para essas companhias daqui a algum tempo. (Déborah Costa - InvestNews)
SITE: http://www.gazetamercantil.com.br/integraNoticia.aspx?Param=537%2C0%2C+%2C2044412%2CUIOU

Obs:
Esse texto demonstra críticas e incentivos a adoção do IFRS.O texto se refere as empresas de capital aberto de construção civil que será prejudicada pela adoção das normas internacionais porque irá mudar a prática contábil de reconhecimento das vendas e assim alterando o lucro.Mesmo demonstrando esse fato negativo a autora ressalva que há diversos pontos positivos como: transparência, agilidade nas informações e atração de investidores para o mercado local.

Orgãos Regulamentadores das Normas Internacionais da Contabilidade.

Os órgãos regulamentadores das normas internacionais da contabilidade são:
-IASB (International Accounting standards Board ou (Junta de Normas Internacionais de Contabilidade): É a organização internacional sem fins lucrativos que publica e atualiza as Normas internacionais de contabilidade.
- CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis): É o órgão responsável pelo estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.
- IBRACON (Instituto Brasileiro de Contadores): É o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil tem a função de discutir, desenvolver e aprimorar as questões éticas e técnicas da profissão de auditor e de contador e, ao mesmo tempo, atuar como porta-voz dessas categorias diante de organismos públicos e privados e da sociedade em geral.
- CFC (Conselho Federal da Contabilidade): É o órgão responsável por orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da profissão contábil, por intermédio dos Conselhos Regionais de Contabilidade , cada um em sua base jurisdicional, nos Estados e no Distrito Federal.
- SUSEP (Superintendência de Seguros Privados): É o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.
- BACEN (Banco Central do Brasil): É uma instituição financeira independente ou ligada ao Estado cuja função é gerir a política econômica, ou seja, garantir a estabilidade e o poder de compra da moeda de cada país e do sistema financeiro como um todo. Além disso tem como objetivo definir as políticas monetárias (taxa de juros, câmbio, entre outras) e aquelas que regulamentam o sistema financeiro local. O banco faz isso interferindo mais ou menos no mercado financeiro, vendendo papéis do tesouro, regulando juros e avaliando os riscos econômicos para o país.

Os impactos da normas contábeis internacional no Brasil

O que as empresas e o Brasil têm a ganhar com a implantação das normas contábeis internacional.

Maior transparência e credibilidade perante os investidores e o mercado em geral;
Modernização das práticas contábeis para atender às demandas do mercado;
Redução de custos e maior facilidade na captação de recursos;
Ganhos de eficiência decorrentes da melhor qualidade da informação;
Aprimoramento da governança e dos controles internos;
Eqüidade e facilidade de comparação entre empresas concorrentes;
Facilitação dos processos de fusão e aquisição de empresas;
Melhor preparação da empresa para a hipótese de ser vendida;
Estímulo à qualificação dos profissionais de contabilidade.

Países que já adotaram as normas contábeis internacionais

Países onde o IFRS é obrigatório para todas as empresas: Alemanha; Armênia; África do Sul; Áustria; Austrália; Bahamas; Barbados; Bangladesh; Bélgica; Bulgária; Costa Rica; Croácia; Chipre; República Checa; Dinamarca; República Dominicana; Equador; Egito; Espanha; Eslovênia; Estônia; Finlândia; França; Geórgia; Grécia; Guatemala; Guiana; Haiti; Honduras; Hungria; Islândia; Irlanda; Itália; Jamaica; Jordânia; Kuwait; Letônia; Líbano; Liechtenstein; Lituânia; Luxemburgo; Macedônia; Malásia; Malta; Maurício; Nepal; Noruega; Oman; Panamá; Países Baixos; Peru; Polônia; Portugal; Quênia; República Eslovaca; República da Nova Guiné; República do Cazaquistão; Suécia; Tadjikistan; Tanzânia; Trindade e Tobago; Ucrânia; Reino Unido; Yugoslávia; Zimbábue.
Países onde IFRS é obrigatório somente para alguns segmentos de companhias que têm ações negociadas em bolsas de valores: Bahrain (bancos); China; Emirados Árabes Unidos (bancos); Cazaquistão (bancos); Nova Zelândia (todas as empresas a partir de 2007); Romênia (todas as grandes empresas); Rússia (todas as empresas por etapas de 2004 a 2007); Venezuela (todas as empresas a partir de 2006);
Países onde o IFRS é permitido: Aruba; Bermudas; Bolívia; Botswana; Brunei Darussalan; Ilhas Caimães; Dominica; El Salvador; Hong Kong; Laos; Lesotho; Myanmar; Namíbia; Antilhas Holandesas; Sri Lanka; Swazilândia; Suíça; Turquia; Uganda; Zâmbia;

História do IFRS.

A globalização dos mercados, no que diz respeito ao desenvolvimento do mercado de capitais internacional, ao crescimento dos investimentos diretos estrangeiros e a formação de blocos econômicos, traz consigo a necessidade de se ter um conjunto de normas contábeis internacionais que viabilizem a comparação de informações entre companhias de um mesmo grupo ou de grupos distintos.
As normas contábeis do IFRS têm origem na Europa, resultado de acordo com instituições da Austrália, Canadá, França, Alemanha, Japão, México, Holanda, Reino Unido, Irlanda e Estados Unidos. Seu processo de desenvolvimento foi iniciado em 1973, com a fundação do International Accounting Standards Committee (IASC). Em 2000, a Organização Internacional de Comissões de Valores Mobiliários (IOSCO) recomendou a seus membros que autorizassem os emissores multinacionais a utilizarem as 30 normas do IASC.
A partir dos anos 90, as companhias públicas européias foram autorizadas a preparar suas demonstrações financeiras de acordo com as normas do IFRS ou do US GAAP e, a partir de 2001,a comissão européia tornou obrigatório o uso das normas do IFRS para todas as companhias abertas até 2005.
Em 2002, o FASB dos EUA e o IASB publicaram memorando de princípios formalizando seu compromisso com a convergência entre as normas contábeis americana e internacional. O objetivo é eliminar até 2009 as exigências de reconciliação das demonstrações contábeis de IFRS/IAS para US GAAP para companhias não americanas que utilizam o mercado financeiro dos EUA.

Temas Interessantes

http://contabilidadefinanceira.blogspot.com/2008/08/educao-e-ifrs.html educação


As constantes mudanças que estão ocorrendo no mundo acadêmico relativas as IFRS, devem ser encaradas como um desafio com relação a sua implantação e na preparação dos profissionais que lecionam. Para que no futuro o Brasil possa ter um mercado preparado e com um amplo leque de profissionais gabaritados para trabalhar com todas as normas existentes tanto a brasileiras como as internacionai e do Fisco.

http://contabilidadefinanceira.blogspot.com/2008/09/correria-pela-ifrs-educao.html educação

As empresas e instituições de ensino devem ter paciência e muita cautela quanto a mudança de suas exigências sobre os profissionais e das grades curriculares. Sendo que as normas internacionais ainda causam certos questionamentos quanto a sua implantação e interpretação.

http://www.quizilla.com/tests/7472895/ifrs-e-impacto-da-lei-11638 teste de conhecimentos sobre ifrs

este teste é muito interessante para aqueles que querem testar seus conhecimentos sobre as normas internacionais.

http://contabilidadefinanceira.blogspot.com/2008/09/ifrs-sem-crticas.html

Os profissionais contabeis de todo o mundo estão perguntando-se, as normas internacionais são realmente boas ou os profissionais é que não estão preparados para este novo cenario da contabilidade?

http://contabilidadefinanceira.blogspot.com/2008/09/razes-para-o-ifrs-ser-uma-pssima-idia.html maleficios

As empresas de todo o mundo estão passando por um momento delicado.
As IFRS, surgiram como algo inovador e que unira as demonstrações contabeis de todo o glogo. Porém muitos questionam qual será o custo para a implantação destas normas será que o relação custo beneficio será positiva?

http://contabilidadefinanceira.blogspot.com/2008/09/regulamentao-e-ifrs.html

A regulamentação da lei 11.638/07 está interligada as IFRS, visto que a lei brasileira visa colocar as empresas brasileiras aos moldes das normas internacionais.

Locais da adoção na IFRS ao redor do Mundo


SEC e IFRS

Fonte: Gazeta Mercantil – Profissional da área

Data: 19/11/2007


A grande notícia da semana passada foi a possibilidade de empresas estrangeiras com ações negociadas no mercado norte-americano apresentar demonstrações contábeis segundo normas do IFRS (normas internacionais de contabilidade editadas pelo Iasb) sem a reconciliação com o US GAAP (normas norte-americadas de contabilidade). Esta notícia é um incentivo para o reconhecimento do IFRS como padrão para as normas internacionais mundiais. A seguir, uma notícia que resume este fato:
Contabilidade - SEC aceita IFRS como padrão para empresa de fora dos EUAGazeta Mercantil - 19/11/2007
São Paulo, 19 de Novembro de 2007 - A Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA) aprovou na semana passada que empresas não americanas com papéis listados nas bolsas do país passem a publicar seus demonstrativos financeiros seguindo as diretrizes das International Financial Reporting Standards (IFRS), sem a necessidade de reconciliação para o US GAAP.
Em comunicado, o órgão regulador explicou 2/3 dos investidores privados dos EUA detêm papéis de companhias de fora do país. “O objetivo é encorajar o uso das normas editadas pelo Iasb (International Accounting Standards Board, órgão responsável pela emissão das normas IFRS) no lugar de uma série de modelos diferentes em cada país”, diz no comunicado Christopher Cox, presidente do conselho da SEC.
Ainda de acordo com o documento, a grande maioria das empresas estrangeiras investidas usam o IFRS, padrão já abraçado por 107 países ao redor do mundo. A decisão já vale para demonstrações financeiras das companhias relativas ao exercício de 2007. Adicionalmente, a SEC que também fará consultas públicas em dezembro para colher opiniões sobre a proposta de permitir que as empresas norte-americanas também possam trocar o US Gaap pelo IFRS.
No Brasil
O assunto vem sendo acompanhado de perto pelas 34 empresas brasileiras com American Depositary Receipts (ADR) negociados nas bolsas de Wall Street, hoje obrigadas a usar o US Gaap. Segundo especialistas consultados por este jornal, a tendência é que elas migrem para o IFRS. Isso porque muitas delas já têm que apresentar suas demonstrações contábeis nesse modelo porque têm subsidiárias em países onde o IFRS é padrão. É o caso da Vale do Rio Doce, dona da canadense Inco, e da Gerdau, dona da Sidenor da Espanha. “É fácil prever que as empresas vão querer reduzir custos e optar pelo mais prático”, diz Eliseu Martins, da Fipecafi.
A Gerdau já se antecipou e, no mês passado, tornou-se a primeira empresa do País a usar o IFRS como padrão contábil internacional. Outras gigantes, como Itaú e Petrobras, já estão em processo adiantado de migração para esse modelo. De acordo com Martins, decisões recentes das autoridades regulatórias brasileiras vão acelerar a migração. Em julho, a CVM aprovou uma instrução tornando o IFRS como padrão obrigatório para relatórios contábeis das empresas abertas do País a partir do exercício de 2010.
Além disso, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que propõe tornar o IFRS como padrão brasileiro para todas as empresas. Nesta semana, o texto chega ao Senado, onde deve ser votado até janeiro de 2008, segundo previsão do relator do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, deputado Carlos William (PTC-MG).
http://cesartiburcio.wordpress.com/2007/11/19/sec-e-ifrs/

Os desafios da IFRS para o Mercado de Capitais

Fonte: Pagina Econômica

Data: 01/09/2008



"São Paulo, 15 de fevereiro de 2008 - O movimento de empresas do País para adequar-se às novas normas de contabilidade tem se intensificado. Entretanto, apenas a Gerdau já divulgou seus balanços no formato IFRS (International Financial Reporting Standards). A companhia utilizou 1º de janeiro de 2006 como data-base para a conversão. Procurada pela reportagem da Gazeta Mercantil para comentar maiores detalhes do balanço - como os custos da operação -, a empresa não respondeu às solicitações de entrevista.A auditoria responsável pela alteração contábil da Gerdau foi a Deloitte. Para o sócio de auditoria da firma, Edmar Facco, o principal estímulo para que empresas brasileiras do porte da Gerdau acelerem o processo de adaptação é a possibilidade de listar-se nas praças acionárias mundiais sem ter de preparar diferentes demonstrativos. "O órgão regulador do mercado de capitais norte-americano (a SEC) já desobrigou empresas a fazerem balanços no modelo do país. Assim, quem estiver em IFRS estará preparado a acessar as bolsas dos EUA", exemplifica Facco. De acordo com o executivo, empresas de segmentos como telecomunicações e manufatureiros terão mais dificuldades de adequação ao novo padrão. "Por outro lado, empresas de grande porte, que são filiais de européias no País, já trazem uma formatação contábil mais adequada", cita o especialista.(...)" (Gazeta Mercantil/Caderno B - Pág. 4 15/02/2008 - Luciano Feltrin) - Quando o assunto é a mudança das normas para o padrão IFRS surgem conflitos de opiniões quanto às reais vantagens e desvantagens deste processo de adaptação. Confesso que ainda não consegui visualizar uma situação negativa, ao vislumbrar que um conjunto de demonstrações contábeis com uma linguagem universal pode representar uma tendência natural e quase que obrigatória para as relações financeiras em um mercado de capitais que se torna cada vez mais global. Acredito sim, que os custos operacionais deste processo ainda seja o maior desafio para as empresas, mas essa crença só terá relevância quando a relação custo-benefício for fortemente mensurada a ponto de corroborar minha desconfiança. A questão é será que ela realmente tem relevância? Se nem mesmo a Gerdau se deu ao luxo de relatar seus custos? Vale a reflexão
http://www.paginaeconomica.com/2008/09/os-desafios-da-ifrs-para-o-mercado-de.html
Opinião:

A mensagem do autor refere-se ao custo que trará essa mudanças para empresa, pois implantar a IFRS levará os profissionais á um dispêndio de tempo e valores. Vejo como um investimento válido, pois o retorno será positivo para empresa que consequentemente, entrará na rota dos fundos de investimento.

Os desafios da convergência de normas e o trabalho do CPC



Fonte: Revista contábil e empresarial

Data: 17/04/2008

Os desafios da convergência de normas e o trabalho do CPC

Esforço conjunto de entidades e reguladores já produz avanços, mas restam inúmeros desafios para a adequação às novas normas contábeis É tarde, é tarde, é tarde.” O bordão repetido exaustivamente pelo Coelho Branco, pesadelo da protagonista do livro Alice no País das Maravilhas, é o mesmo que nos últimos três meses vem atormentando personagens reais envolvidos com a pesada agenda de procedimentos, normas, estratégias e esclarecimentos necessários para cumprir até o final do ano as determinações impostas pela Lei 11.638. Depois de passar sete anos em banho-maria, o projeto que virou Lei no apagar das luzes do ano passado vai exigir de auditores, contadores, empresas e reguladores um alucinante ritmo de trabalho em 2008. A maratona implica a edição de instruções e regras em tempo recorde por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que precisou reduzir drasticamente o prazo para apreciação das propostas pelo mercado. No último dia 4, a autarquia encerrou o prazo para sugestões a uma minuta de Instrução Normativa de 11 páginas, divulgada em 20 de março, contendo orientações e normas para dez questões polêmicas e urgentes decorrentes da Lei 11.638. A CVM também se comprometeu a aprovar até o final do ano nada menos do que 15 determinações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que reúne representantes de todas as entidades envolvidas na confecção, análise e fiscalização de balanços. O cronograma do CPC para 2008 foi revisto também a toque de caixa. Alem de três pronunciamentos já aprovados e dos 15 previstos, um em audiência pública conjunta com a CVM e outro em fase de redação de minuta, há outros três já em análise pelo Comitê.
O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), por sua vez, corre para traduzir o livro que reúne todos os International Financial Reporting Standards (IFRS). A Lei não obriga a adesão total aos IFRS por parte das empresas brasileiras até o final do ano, mas o conhecimento do manual é fundamental para compreender as novas regras que entram em vigor neste exercício. Enquanto isso, consultorias, escolas de administração, especialistas e firmas de auditoria promovem inúmeros seminários, debates, cursos, palestras, apostilas e até livros sobre o espinhoso tema. E a auditoria Ernst & Young correu para concluir este mês um estudo comparativo entre os IFRS e as regras de contabilidade normalmente aceitas no Brasil, conhecidas como BR GAAP.
Mercado de capitais
Mas não é só. “Contabilidade não é um assunto meramente técnico, é questão de governança corporativa. Tem impacto direto nos custos das empresas e na imagem do País”, lembra Henri Fortin, gerente de projetos do Banco Mundial, responsável pelo Relatório Rosc, um estudo sobre o cumprimento das normas e códigos de contabilidade e auditoria no Brasil que inspirou a alteração de ao menos uma dúzia de conceitos BR GAAP pela Lei 11.638. “A adoção de padrões internacionais diminuirá custos na medida em que tornará os demonstrativos mais transparentes e confiáveis”, reforça Roberto Teixeira da Costa, que foi o primeiro presidente da CVM e membro do conselho da Iasc, fundação que criou o Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb). “A contabilidade é a linguagem dos negócios”, completa Guy de Almeida Andrade, sócio da auditoria Magalhães Andrade, membro do comitê de auditoria do Unibanco e do comitê de nomeações da Federação Internacional de Contadores (Ifac).
Para os entrevistados, quanto mais inteligível e comparável forem os balanços das empresas brasileiras, mais atrairão a confiança – e o dinheiro – dos investidores internacionais. Adotar o padrão internacional pode, portanto, ajudar o Brasil num momento de crise internacional, em que cresce a aversão ao risco. Da mesma forma, contribui para que o País alcance o tão almejado grau de investimento, acredita Andrade. Para completar, ajuda a reduzir custos de abertura de capital também no mercado doméstico, acrescenta Gabriel Jorge Ferreira, presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF).
“A aprovação da Lei foi o primeiro passo para aproximar as demonstrações locais ao padrão internacional aos IFRS”, reconheceu Fortin, ao apresentar o relatório Rosc durante um seminário realizado no final de março em São Paulo. O Banco Mundial pretende agora fazer uma revisão do diagnóstico, à luz da nova Lei e de sugestões do mercado, para então elaborar um plano de ação para a convergência das normas contábeis brasileiras aos IFRS. Segundo Fortin, o plano terá a supervisão do Ministério da Fazenda e a assistência do Banco Mundial. “Ainda há muito trabalho a ser feito antes que todas as empresas brasileiras possam adotar integralmente os IFRS”, diz Fortin.
Andrade concorda. Para ele, o relatório Rosc traz recomendações importantes que ainda nem começaram a ser discutidas, como por exemplo a criação de uma entidade pública (com participação de representantes do mercado, como jornalistas, políticos e empresários, e não apenas contadores e auditores) para supervisionar o sistema de revisão pelos pares. A revisão já é uma prática adotada no Brasil, para garantir a qualidade das auditorias dos balanços. Aqui, porém, a supervisão e feita pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que não tem poder para cassar registro nem aplicar sanções, ao contrário do que ocorre no exterior. Para Teixeira da Costa, o próximo desafio será exatamente este: garantir que os balanços brasileiros, quando convertidos para IFRS, sejam realmente fiéis ao padrão – o que se consegue apenas com auditoria de boa qualidade.
Moinhos de vento
O economista, que hoje faz parte dos conselhos da Sul América e da Brasilpar Serviços Financeiros, disse que nos sete anos que esteve à frente da Iasc (entre 2000 e 2007) sentiu-se como verdadeiro Dom Quixote, personagem de Cervantes: um idealista que lutava contra moinhos de vento. “No começo a idéia de adotar regras universais de balanços era questionada até pelos países desenvolvidos”, lembra. “O ser humano é por natureza resistente a mudanças.” Andrade acrescenta: “A convergência a padrões internacionais não é simples, envolve crenças”. Na verdade, ele entende que o caminho escolhido no Brasil não é o da convergência nem da harmonização, mas da adoção dos IFRS. Uma adoção à brasileira, é verdade – diferente da proposta para as regras de auditoria, que serão simplesmente traduzidas e encampadas, pois não há conflitos evidentes nem polêmicas a superar, explica. “Mas é preciso ser fiel aos princípios que regem as regras internacionais mesmo quando o assunto for peculiar à realidade brasileira, como a contabilização de consórcios – modalidade que não existe no exterior”, defende.
O padrão IFRS já foi adotado por mais de cem países, mas os entrevistados prevêem ainda novas batalhas no front brasileiro. Uma das questões mais polêmicas diz respeito à regra para avaliação dos ativos – assunto que não encontra consenso nem mesmo entre especialistas internacionais. “O padrão IFRS baseia-se em princípios e não em regras, como o norte-americano”, lembra Teixeira da Costa. A maioria dos especialistas concorda com sua visão: para ele, apesar dessa orientação ser melhor do ponto de vista filosófico, por outro lado abre muita margem a interpretações e julgamentos de valor. Não é à toa que a preocupação com a formação e a ética dos contadores e auditores nesse novo ambiente é fundamental.
Pequenas empresas
A nova Lei estendeu a obrigação de auditar balanços a empresas fechadas com receita total acima de R$ 300 milhões por ano, ou patrimônio líquido acima de R$ 240 milhões – antes, apenas as empresas abertas eram obrigadas, o que deixava de fora inúmeras filiais de multinacionais de capital fechado que, dessa forma, ganhavam vantagem sobre as concorrentes locais sujeitas a auditar e publicar seus resultados. “Este foi um dos principais avanços da nova Lei”, diz Andrade. Para ele, as melhores práticas de contabilidade não criam problemas, apenas “tiram a cortina, revelam a realidade dos fatos”, garante. Além disso, a CVM já havia determinado adesão integral aos IFRS por parte das companhias abertas até 2010 – o Banco Central fez o mesmo com as instituições financeiras. “Resta agora uma definição de regras para induzir a adoção das melhores práticas de contabilidade pelas pequenas e médias empresas brasileiras, que são a maioria no País”, destaca Fortin, do Banco Mundial.
Teixeira da Costa também crê que essa seja uma outra grande dificuldade pela frente. Para ele, a transição deve ser gradual. Gabriel Jorge Ferreira, que além de presidir a CNF faz parte do Conselho do Unibanco, garante que embora complexa, a adoção de regras internacionais de contabilidade favoreceria muito as pequenas empresas, que poderiam tomar empréstimos bancários a juros mais baixos. “Avanços na qualidade dos controles e informações, bem como a contratação de auditorias, melhoraria a analise de riscos dessas empresas”, diz, lembrando que os bancos cobram juros pelo risco desconhecido. Ferreira acredita que melhores balanços abririam a essas empresas um leque de alternativas de captação de recursos para investir e crescer – até mesmo permitindo sua participação em concorrências públicas e em parcerias com grandes empresas em grandes projetos. “As pequenas empresas são as que mais precisam de crédito. Ainda que sejam obrigadas a cumprir regras menos rígidas, como a simples mudança de regime de caixa para regime de competência e a contratação de auditoria, o ganho já seria notável”, acredita. “Em um ambiente obscuro, parte do risco é incorporado às taxas de juros”, ilustra Andrade.
Wagner de Aquino, da Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria da CVM, concorda। “Quanto mais as empresas divulgarem informações confiáveis e compreensíveis, mais confiança terão dos investidores e credores. Quanto menor o risco, menor o preço cobrado, e mais justo será o valor pago, seja por empréstimos seja por capital”, acrescenta. Além da incorporação das pequenas empresas ao processo de convergência, Aquino defende ainda um grande esforço educacional como fundamental para o sucesso do projeto. “A concentração do conhecimento do assunto reduz o acesso às informações, que são muito complexas”, afirma.

http://www.netlegis.com.br/indexRC.jsp?arquivo=/detalhesDestaques.jsp&cod=18997
Opinião:
A opinião do autor em descrever os desafios para implantação e mudanças na contabilidade tem levado não só autor pensar como todos os profissionais e afins, pois é um assunto de grande importância que trará benefícios e investimentos ao nosso país

Demonstrativos de leasing terão mudanças com o IFRS




Fonte: Financial Web

Data: 14/03/2008



Transação que leve à transferência de titularidade do bem deverá ser considerada venda financiada

As operações de arrendamento mercantil, conhecidas como leasing, devem sofrer importantes modificações dentro dos balanços das companhias do País após a implementação das novas normas contábeis. A principal alteração é a que obriga que todas as transações que levem à transferência de titularidade do bem ao final dos contratos seja considerada uma modalidade de venda financiada nos demonstrativos das empresas. O procedimento não é adotado atualmente.
De acordo com especialistas consultados pela Gazeta Mercantil, a maioria dos contratos de leasing é assinado como se fosse da modalidade operacional. Na prática, significa que as empresas envolvidas consideram esses arrendamentos uma forma de locação do bem
No entanto, o IAS 17 - parágrafo do IFRS (International Financial Reporting Standards) que trata de leasing - também engloba o aluguel, desde que transfira o direito do uso do bem em troca do pagamento. "A principal novidade será o reconhecimento de um novo ativo nos balanços", afirma o sócio da PricewaterhouseCoopers, Fábio Cajazeira. "A idéia da legislação foi deixar bem acomodada na contabilidade a questão dos direitos e obrigações com os bens e as prestações pagas por ele", diz o consultor.
A demonstração das despesas com arrendamento mercantil tem variações que dependem da classificação entre a modalidade financeira ou operacional. A clareza com que esses dados passarão a ser dispostos nos balanços será um dos principais fatores para compreender a vida financeira das companhias. A opinião é do sócio de auditoria da Deloitte, Marcelo Magalhães.

"O arrendamento financeiro, que configura uma aquisição, costuma ter uma curva de parcelas ascendente. O operacional, similar a uma locação, tende a ter custos lineares", compara. Segundo o especialista, clientes que utilizam muito o leasing, como as empresas aéreas, podem sofrer impactos em seus resultados pela adequação à lei. "Isso acontecerá, por exemplo, se elas estiverem submetidas a um alto grau de endividamento com operações de arrendamento mercantil. Um indicador que pode ser alterado é a rentabilidade futura", exemplifica Magalhães.
Com a adoção às regras do IFRS, projeta o executivo da Deloitte, profissionais que elaboram análise dessas empresas e seus acionistas serão os principais beneficiados. "Há empresas aéreas listadas na Bovespa que já preparam as demonstrações da forma mais adequada. O comportamento é interpretado como um conjunto de melhores práticas. A chegada do IFRS deve diminuir os desequilíbrios de informação entre esses diferentes públicos", estima Magalhães. Opinião parecida tem o presidente do Ibracon (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), Francisco Pappelás. "As modificações da implantação de IFRS não trarão alterações nos resultados das empresas de leasing. O que certamente veremos é uma grande mudança na formatação dos demonstrativos", diz.

Outro que compartilha essa visão é Nelson Carvalho, presidente do conselho consultivo do órgão internacionalmente responsável pela atualização de normas contábeis, o Iasb (International Accounting Standards Board). "As alterações que levarão à convergência contábil internacional conseguirão melhorar muito as informações de leasing nos balanços", diz. "Hoje, quando viajo de avião, faço um passeio virtual. Afinal, as aeronaves não estão adequadamente contabilizadas", brinca Carvalho, que também é professor da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras).
Vida útil econômica Outro ponto aprimorado pelo IFRS com relação às demonstrações de leasing é, para os especialistas, o que trata da vida útil dos bens arrendados. "O primeiro pronunciamento divulgado pelo CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) esclarece bastante a questão, fornecendo os métodos necessários para demonstrar as possíveis perdas ao longo do tempo", diz Cajazeira, da Price.

A atual Lei das S.A., para os executivos, não traz elementos necessários para avaliações adequadas. "Nossas empresas não estão habituadas a saber lidar com essa questão. Essa é uma das principais novidades introduzidas pela lei", diz o vice-coordenador técnico do CPC e também professor da Fipecafi, Eliseu Martins. Os especialistas em IFRS entrevistados pela Gazeta Mercantil têm a mesma opinião sobre a formatação de contratos para os consumidores de pessoa física da modalidade leasing: nada deve mudar.
Procurada pela reportagem, por meio de sua assessoria de imprensa, a Abel (Associação Brasileira das Empresas de Leasing), respondeu que não se manifestaria sobre o assunto. A entidade afirmou, ainda, que segue todas as normas da lei que regula o segmento, a 6.099.

http://www.financialweb.com.br/noticias/index.asp?cod=46279

Opinião:
Este artigo trata de uma forma sintética e direta sobre as mudanças de alguns aspectos que terão influencia da IFRS. Vejo como essencial o esclarecimento dessas informações e principalmente, levar essa questão a discussão no meio contábil.

IFRS cria mercado para empresas de auditoria

Fonte: Anefac

Data: 22/12/2007


Aluísio Alves*

Especialistas esperam corrida por assessoria especializada no Brasil a partir de 2008

As grandes firmas de auditoria independente estão apostando na convergência do Brasil ao padrão contábil internacional para turbinar suas receitas com consultoria no País. KPMG, Ernst & Young, Deloitte e Pricewaterhouse vêm montando grandes equipes para assessorar empresas brasileiras no processo de conversão das demonstrações financeiras às IFRS (International Financial Reporting Standards), modelo já adotado por 107 países e que será obrigatório a partir de 2010 para bancos e companhias listadas na Bolsa paulista.
O raciocínio das chamadas Big Four é simples: há muito trabalho a fazer num prazo relativamente curto. Isso porque o Iasb (órgão independente sediado em Londres, responsável pela emissão das normas IFRS) exige que o primeiro relatório oficial tenha os dados pro-forma do exercício anterior, as empresas nacionais terão que estar prontas já no início de 2009. Assim, especialistas acreditam que o ano que vem será marcado pela corrida das companhias para se aprontarem a tempo. A conversão contábil pode levar até 18 meses, afirma Sérgio Romani, sócio da área de auditoria da Ernst. Segundo ele, essa transição tende a ser menos traumática para as companhias brasileiras com ADRs listados nas bolsas dos EUA, já que são obrigadas a apresentar seus balanços em US Gaap, padrão americano que tem muitas semelhanças com o IFRS. Mas essa é a realidade de apenas 34 das mais de 450 empresas da Bovespa. As demais vão descobrir que o IFRS é um padrão muito mais minucioso, que exige um volume de informações até 50% maior do que elas apresentam hoje e que a maioria nem sabe como apurar, alerta Romani. Assuntos como contratos de aluguel, apresentação de desempenho operacional por setores e marcação a mercado de operações com derivativos são exemplos de itens de detalhamento obrigatório nas IFRS, o que não acontece no modelo contábil brasileiro, de 1976.
Falta mão-de-obra
Mas essa ainda não é parte mais complicada. Há escassez de profissionais especializados no mercado, diz Ramon Jubels, sócio da KPMG no Brasil responsável pela recém-criada área de IFRS. Não é apenas uma opinião. Uma pesquisa realizada pela KPMG mostrou que 53% dos contadores no País não têm nenhum conhecimento sobre IFRS. Os executivos contam que boa parte deles também admite ter pouca familiaridade com o idioma inglês, conhecimento vital para implementação do modelo.
Um fator pode complicar ainda mais esse cenário: o projeto de lei n 3.741, que altera a lei contábil da chamada Lei das S.A., está na reta final de aprovação no Congresso Nacional. Ele prevê que empresas fechadas com faturamento anual acima de R$ 300 milhões ou patrimônio líquido acima de R$ 240 milhões também sejam obrigadas a publicar demonstrações contábeis segundo os padrões internacionais. Se isso acontecer, vai faltar contadores especializados em IFRS no mercado, acredita Jubels.
Atentas a essa realidade, as próprias firmas de auditoria passaram os últimos anos investindo pesado na montagem de equipes especializadas no assunto, esforço que incluiu a importação de funcionários de filiais na Europa e o envio de dezenas de brasileiros para universidades estrangeiras para cursos de MBA. Temos que complementar a formação dos profissionais, conta Edimar Facco, sócio da Deloitte. A filial brasileira da Ernst triplicou, para 6% da receita, o volume de recursos investidos em formação de pessoal nos últimos dois anos.
O trabalho das equipes incluirá o mapeamento da situação dos clientes, implementação de processos, aplicação de testes e treinamento de profissionais de relações com investidores, de recursos humanos e do Conselho de Administração. Como as métricas mudam, há impacto direto em assuntos como a remuneração de executivos e o orçamento para investimentos, o que exige o conhecimento do assunto por profissionais de diversas áreas, diz Romani, da Ernst.
http://www.anefac.com.br/m5.asp?cod_noticia=684&cod_pagina=899
Opinião:
Essas mudanças vieram pra ficar e com isso acarretará oportunidades a todos, não só profissionais da área como empresas de auditoria. É necessário um investimento pessoal e profissional para se adequar as novas tendências. Caso contrário, se tornaram obsoletos seus antigos conhecimentos contabeis

Mundo caminha para padronizar escrituração contábil

Fonte: Mercado de Registros – Jornal Conjur

Data: 22/02/2008

Muito se fala hoje em dia no valor dos ativos intangíveis que, em muitos casos, superam os ativos tangíveis de uma empresa. Grandes corporações de todo o mundo utilizam-se de técnicas avançadas como o branding para otimizar o valor de uma marca em relação ao faturamento gerado. Mas é possível mensurar o valor de uma marca?
Com certeza. E a avaliação estratégica da marca tem sido uma arma potente nas mãos dos empresários de sucesso, avaliando e compreendendo os fatores implícitos da sua capacidade de gerar lucros sustentados aos acionistas, além de benefícios aos seus consumidores.A avaliação da marca permite mensurar o seu real valor a ser inserto no balanço patrimonial da empresa, permitindo-a, desde que elaborada nos moldes internacionais, obter benefícios tais como aumento do imobilizado da empresa; aumento do patrimônio líquido da empresa; redução do grau de endividamento da empresa em conseqüência de aumento do patrimônio líquido, facilitando o relacionamento com bancos e fornecedores.A análise também ajuda na defesa em possíveis ações judiciais que objetivem a penhora ou arresto da marca, muito comuns hoje em dia; aumento de patrimônio para fins de participação em licitações e/ou concorrências públicas; possibilidade de redução do prejuízo apurado no demonstrativo de perdas, contabilizando o valor da marca como "resultado não operacional".Mas como os ativos intangíveis podem legalmente gerar valor econômico para a sua empresa e como inserir esses "tesouros" no balanço patrimonial?Nossa legislação mostrava-se muito atrasada, se comparada aos Estados Unidos, por exemplo. Até dezembro de 2007, não havia nenhuma previsão legal que tratasse dos ativos intangíveis contabilmente e que os classificasse no balanço patrimonial. Em 28 de dezembro de 2007, foi publicada a Lei 11.638/07, a qual alterou a Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades Anônimas), incluindo o ativo intangível na classificação contábil.O artigo 178 da Lei das Sociedades Anônimas passou a classificar os ativos em circulante, realizável a longo prazo, e permanente, sendo este último dividido em investimentos, imobilizado, intangível e diferido. O artigo seguinte, 179, definiu os ativos intangíveis como os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Até então, os intangíveis eram considerados ativos diferidos, salvo as marcas e patentes, classificadas como ativo imobilizado, o que dificultava muito sua localização no balanço patrimonial.Mas essa alteração na Lei das Sociedades Anônimas não ocorreu por acaso. Com a necessidade de integrar as demonstrações financeiras em todos os continentes, o mundo clama e caminha para a convergência das demonstrações contábeis, especialmente com a aceitação do International Financial Reporting Standards (IFRS), normas internacionais para demonstrações financeiras. As conseqüências desse movimento envolvem maior transparência para a tomada de decisões e a avaliação de ativos e balanços das empresas multinacionais. Esses são motivos que justificam a aprovação de um modelo e a implantação de medidas para a produção de relatórios contábeis com padrões globais.A alteração na legislação brasileira veio, então, incentivada pela decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), exposta na Instrução CVM 457, publicada em 13 de julho de 2007 de que as companhias brasileiras de capital aberto deverão, até 2010, adotar obrigatoriamente as normas internacionais definidas pelo International Acoountings Standars Board (IASB) - Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade. A regra foi definida após uma audiência pública que durou dois meses.As companhias abertas deverão, a partir do dia 1º de janeiro de 2009, preparar o balanço de abertura em IFRS 1, com os princípios relativos à adoção das normas IFRS pela primeira vez (IFRS 1 "First-time Adoption of International Financial Reporting Standards").As regras se aplicam também às instituições financeiras nacionais. Tal fato se soma à medida da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão semelhante à CVM, nos Estados Unidos, que passou a acatar as demonstrações financeiras de FPIs (emissores privados estrangeiros) preparadas em IFRS, sem a necessidade de adequação aos padrões norte-americanos. A Europa já exige o IFRS desde dezembro de 2005 para as empresas locais e ampliou, para até o fim de 2007, a obrigatoriedade da apresentação de demonstrações das organizações estrangeiras que mantêm negócios no continente.A consolidação na Europa, a adoção nos Estados Unidos e a confirmação pela CVM, no Brasil, demonstram que o IFRS já é uma regra global. O caminho ainda é longo, mas grandes passos vêm sendo dados no sentido de padronizar a escrituração contábil mundial em um mapa que permita a visualização completa das empresas em qualquer ponto do planeta. E os mercados sinalizam com bons olhos ao novo modelo que, aos poucos, se torna o "esperanto" contábil.
http://www.mercadoderegistros.com.br/?snippet=noticia&noticia=879
Opinião.

Vejo como positiva e até mesmo importante essa padronização, pois ligará os mercados mundiais numa só economia de mercado, levando a uma melhor analise dos demonstrativos e principalmente, trará transparência em meio a este grande fluxo de investimentos.

Indefinições sobre impactos fiscais preocupam mercado

Fonte: Gazeta Mercantil

Data: Segunda-feira, 22 de Setembro de 2008

As indefinições sobre possíveis impactos fiscais e tributários da conversão à lei 11.638, que deve alinhar os balanços das companhias do Brasil às normas baseadas no modelo International Financial Reporting Standards (IFRS), ainda preocupam as empresas. A opinião é da KPMG, uma das principais firmas de auditoria do mundo, com cerca de 80 sócios envolvidos no processo de adaptação atuando no País. "Ainda não temos a menor idéia do que o fisco vai decidir a respeito do tema", diz Ramon Jubels, que coordena a equipe de sócios da KPMG encarregada de atender os clientes brasileiros que precisam adequar-se às normas IFRS. "Os mais otimistas dizem que o conteúdo da própria lei não contempla impactos fiscais ou tributários. Já os pessimistas – que talvez sejam apenas mais realistas – acreditam que, por alterar o patrimônio líquido das companhias, o fisco irá querer taxá-las. Estou aguardando a decisão com muita curiosidade", confessa. O executivo espera que, até o final deste ano, a Receita Federal se pronuncie em relação ao tema. "A demora é compreensível. O órgão deve estar analisando o conteúdo das normas internacionais com bastante atenção. E uma análise cuidadosa do texto é, de fato, bastante complexa". De acordo com o especialista, as empresas brasileiras estão em diferentes estágios do processo de conversão contábil. "Aquelas qualificadas pela lei como de grande porte e que não têm capital aberto são, em minha percepção, as que têm sido mais conservadoras. Elas parecem mais inseguranças quanto à possibilidade de aumento de tributação. E, por isso, estão aguardando que a Receita se pronuncie para levar o processo à frente com mais tranquilidade". Já as companhias cujos papéis são negociados em bolsa – e que mesmo antes da aprovação da lei 11.638, no fim do ano passado, já haviam recebido sinalizações de que teriam até 2010 para migrar seus balanços consolidados para o IFRS - estão mais adiantadas. "A maioria delas está iniciando o trabalho de diagnóstico, que é o caminho para listar quais os principais impactos da implementação e as estratégias que serão colocadas em prática para mitigá-los", explica Jubels. O especialista, que na última sexta-feira apresentou palestra para executivos de finanças no Business Fórum, em Comandatuba, também falou sobre os principais desafios que o processo de adaptação contábil embute. "Há algumas armadilhas clássicas para empresas que vão incorporar as normas internacionais. O maior deles é querer fazer as coisas acontecerem rápido demais. Colocar um monte de gente reunida em uma sala e exigir a implantação automática das normas não funciona. Há empresas de grande porte que cometem esse erro: querem fazer o processo em quatro meses, o que é impossível, pelo menos com qualidade das informações", critica. Para Jubels, no entanto, a chegada do novo modelo está sendo extremamente positiva para adequar os processos de disseminação da comunicação e governança corporativa das companhias. "A chegada das novas normas contábeis traz modificações nos principais focos das companhias, como seus negócios e sua gestão. Assim, deve ser modificado também seu o modelo de comunicação, pois a forma como as empresas serão percebidas pelo mercado e seus diferentes agentes será outra", projeta.
Opinião:
Tendo em vista as grandes mudanças que ocorrerão com a implantação das normas contábeis no país, especialistas na área tem demonstrado certa preocupação com alguns detalhes que futuramente, acarretarão grandes mundanças em nossa economia. Essa discussão é muito importante pois leva a todos ao pensamento em busca de adaptação.
http://www.gazetamercantil.com.br/integraNoticia.aspx?Param=12,3,%20,2025128,UIOU

IRFS - Normas Internacionais de Contabilidade

14 de maio de 2008Por Alex de Lima, Ph.D.*
Desde 2005 a Rússia, China, Austrália, África do Sul e os países da União Européia, adotam o IFRS na elaboração de suas Demonstrações Contábeis. Em 2010 será a vez de Brasil, Canadá, Índia, Israel e Japão. Mas, o que é IFRS?IFRS é a sigla para Padrões de Demonstrações Financeiras Internacionais, que são emitidos pelo IASB (Comitê de Padrões de Contabilidade Internacional).O objetivo da padronização internacional é apresentar as demonstrações com transparência, confiança e relevância para possibilitar a comparabilidade dos dados em diferentes países e, com isso, gerar uma apresentação realista da eficiência empresarial para a análise de acionistas e investidores.As normas internacionais de contabilidade exigem a publicação dos seguintes demonstrativos obrigatórios:a) Balançob) Resultadoc) Fluxo de Caixad) Informações Econômicas do Segmento Empresariale) Notas Explicativas e Disclosure.Como os países possuem legislações contábeis diferenciadas, na conversão para IFRS devem ser observadas:a) Correta interpretação dos pronunciamentos internacionaisb) Adequação do software de gestão empresarialc) Parametrização dos sistemas de tecnologia de informaçãod) Incremento dos controles internose) Emissão de RDG - Relatórios de Desempenho Gerencial.O IASB publicou um guia prático de conversão, pois o IRFS possui 25 opções de lançamentos contábeis alternativos.A seguir apresento sinteticamente, os quatro momentos da conversão das demonstrações para IFRS:1. Avaliação, Identificação e Contabilização2. Conversão, Relatório e Teste3. Implementação, Elaboração dos Demonstrativos e Comparação com Legislação Pátria (societária e fiscal)4. Adoção Completa do IRFS.Pelo IRFS, a metodologia "fair value" (valor justo) é obrigatória para todos os ativos adquiridos, observando-se as hipóteses de avaliação inicial de determinadas contas que necessitam de uma posterior contabilização pelo valor de custo corrigido (ex vi M&A que podem ou não reavaliar seus ativos e passivos por "fair value"). No caso de empréstimos, valores recebíveis e aplicações financeiras, inicialmente será aplicado o "fair value" para, posteriormente, em cada data de vencimento, efetuar-se a correção do custo amortizado, excetuando-se os instrumentos derivativos e operações de leasing (cálculo deve ser determinado na data de contratação).
http://www.acionista.com.br/mercado/artigos_mercado/140508_alex_lima.htm
Opinião:

O artigo acima menciona uma definição mais clara e objetiva sobre a IFRS, os países que já adotaram e principalmente, algumas etapas do processo de conversão.
Este artigo trará conhecimento e dinamismo aos profissionais da área.

Adoção de nova norma de contabilidade tem desafio em parte educacional

SÃO PAULO - A questão educacional é o maior desafio das empresas brasileiras no processo de migração de seus balanços para as normas internacionais de contabilidade (IFRS, na sigla em inglês). O diagnóstico foi revelado hoje por especialistas durante a divulgação de um estudo que comparou as práticas contábeis brasileiras com as internacionais.Encomendado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e realizado pela consultoria Ernst & Young do Brasil, com apoio da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), o estudo - um calhamaço de mais de 5 mil páginas - compara 26 temas contábeis tidos como relevantes e propõe soluções para os possíveis problemas que serão encontrados no processo de adoção das IFRS. O conteúdo específico do estudo, entretanto, não foi detalhado pelos participantes do evento que apresentou o trabalho. Diante da complexidade do tema, o presidente do Conselho Curador da Fipecafi, Eliseu Martins, coloca a questão educacional como o "grande drama" da migração para as práticas internacionais. "O grande enigma é adquirir o espírito de interpretar e aplicar. Analisar a essência da transação é o mais difícil", disse Martins. Ele explicou que as normas brasileiras reproduzem fielmente o conteúdo de documentos jurídicos na hora de contabilizar, diferente do que ocorre nas IFRS, onde o que vai para o balanço é a interpretação do contador. Por exemplo, quando uma empresa informa em contrato a venda de um imóvel, com obrigatoriedade de alugá-lo do novo durante cinco anos por determinado valor, para depois recomprá-lo, um contador brasileiro lançaria no demonstrativo todas essas operações: venda, aluguel e compra. Já nas normas internacionais, ele poderia interpretar que toda essa transação objetivou, na verdade, a tomada de um empréstimo, e contabilizá-la como tal.A capacidade de disseminação dos preceitos da contabilidade internacional também preocupa os especialistas. O presidente do Conselho Consultivo da International Accounting Standard Board (IASB), órgão responsável pela elaboração das normas, Nelson Carvalho, reforça a tese. Segundo ele, o Ministério da Educação informa a existência de mais de 1,2 mil instituições que lecionam contabilidade, porém o número de docentes aptos a ensinar a contabilidade internacional não passa de 20. O Congresso Nacional aprovou em dezembro do ano passado a Lei 11.638, que trata da obrigatoriedade da convergências para as normas internacionais de contabilidade. As empresas brasileiras de capital aberto, bem como os bancos e seguradoras, terão que apresentar seus balanços referentes a 2008 já com algumas informações em IFRS. Porém, o prazo limite para a migração completa está marcado para 2010. As empresas fechadas de grande porte também terão que se adequar.
Opinião:

É de suma importância a adequação educacional para lidarmos com essas mudanças. Vejo como essencial a alteração nas grandes curriculares dos cursos oferecidos nas universidades e principalmente, uma espécie de reciclagem dos profissionais que não possuem o conhecimento adequado. O mercado de trabalho vai esquentar.

http://economia.uol.com.br/ultnot/valor/2008/08/18/ult1913u93979.jhtm

Vantagens da IFRS, segundo as empresas de auditoria

Segundo o documento da Deloitte, International Financial Reporting Standards for U.S. Companies: Implications of na accelerating global trend, as vantagens da IFRS são as seguintes:a)Padronização e melhoria das políticas contábeisb)Uso e disposição mais eficiente dos recurosc)Melhoria nos controlesd)Melhor administração de caixaJá a PriceWaterHouseCoopers, em 10 minutes on IFRS What you need to know about financial topics essencial to your business, lista as razões da inevitabilidade das IFRS e as vantagens das mudanças:a)transparênciab)encorajar um mercado global informadoc)apresentar novas oportunidades de operaçõesd)reduzir a complexidade e os erros contábeise)enfatizar o exercício do julgamento profissionalAcredito que isso seja muito questionável. Em primeiro lugar, a Deloitte só apresenta as vantagens (não existe desvantagens?). Além disso, alguns desses itens carecem de fundamentação, inclusive em termos de pesquisa. Isso tende a provar a tese de que a convergência é de interesse, em especial, das grandes empresas de auditoria.
FONTE: http://contabilidadefinanceira.blogspot.com/2008/06/vantagens-da-ifrs-segundo-as-empresas.html

"Modelo contábil americano vai desaparecer nos próximos anos"

Sam DiPiazza, executivo-chefe mundial da PricewaterhouseCoopers, está convencido que num futuro não muito distante não haverá mais um padrão americano de contabilidade. "As companhias americanas vão adotar o IFRS [o padrão internacional de informações financeiras, adotado pela União Européia], ele será o novo sistema."

Há alguns anos, essa declaração pareceria loucura. O padrão americano, conhecido como US Gaap, reinava absoluto, a versão contábil do poderio econômico e político americanos. Mas os escândalos empresariais no início da década corroeram o mito da superioridade americana nessa área. A resposta do IFRS é colocar "princípios" no lugar de regras - e há muitas regras contábeis nos EUA - que podem ser manipuladas.

DiPiazza esteve no Brasil na semana passada por dois dias, em reuniões com executivos da PwC de várias partes do mundo para discutir questões globais e também para aprender mais sobre o Brasil, um dos países de maior crescimento dentro do grupo. A recente reforma da parte contábil da Lei das S.A. estava nas discussões. A seguir, trechos da entrevista:


Valor: Por que o sr. escolheu o Brasil para essa reunião?

Sam DiPiazza Jr.: Encaramos país, e a América Latina, como um enorme mercado para o futuro, e aqui podemos falar com propriedade sobre as coisas que estão acontecendo na região.

Valor: O que o país pode esperar da convergência contábil?

DiPiazza: Nos últimos cinco anos houve avanços significativos no mundo em governança empresarial. Os conselhos de administração estão desempenhando melhor o seu papel, os reguladores estão muito mais afinados, os auditores estão-se comportando de maneira diferente. O Brasil fez um bom trabalho nesse sentido, houve foco nas questões certas, e agora a boa notícia para as companhias é que as regras contábeis começaram a convergir. Essa convergência vem acontecendo muito mais rápido que eu imaginei. Mais de cem companhias hoje usam o IFRS. Para o Brasil, isso representa um enorme passo que coloca o país mais próximo da comunidade global.

Valor: O sr. acha que isso pode ajudar o país a receber o grau de investimento?

DiPiazza: Se você olhar para os dados de crescimento da economia, a responsabilidade fiscal, o controle da inflação, verá que o Brasil fez um bom trabalho nos últimos anos. O mercado de capitais brasileiro tem hoje mais peso no índice [de mercados emergentes] do [banco] Morgan Stanley do que a China. O Brasil é grande demais para estar fora das regras globais. O IFRS dará mais confiança para os investidores estrangeiros. Não é uma crítica aos padrões brasileiros, mas as pessoas confiam no que entendem. Para ter grau de investimento, o Brasil precisa fazer parte desse processo.

Valor: E quando os Estados Unidos entram nesse barco?

DiPiazza: Há cinco anos eu pensava que isso levaria pelo menos 20 anos. Eu sou o único representante dos auditores no comitê de supervisão do Iasb [o conselho de padrões internacionais de contabilidade, responsável pelo IFRS]. Eu não estava certo do caminho que os Estados Unidos tomariam. Mas nos últimos anos os reguladores americanos reconheceram que se o resto do mundo está adotando o IFRS, então o US Gaap não é necessariamente a melhor resposta. No ano passado caiu a regra que exigia a reconciliação do IFRS para o US Gaap. Agora estuda-se permitir que as companhias americanas usem o IFRS. Eu estou convencido de que num futuro não muito distante não haverá mais um padrão americano. As companhias americanas vão adotar o IFRS, ele será o novo sistema.

Valor: Quanto tempo levará?

DiPiazza: Acho que pode acontecer em cinco, sete anos. A União Européia conseguiu que todos os países adotassem o IFRS em cinco anos, acho que os EUA são espertos o bastante para fazer o mesmo.

Valor: É uma grande mudança...

DiPiazza: Mas é uma mudança muito importante porque une o mundo inteiro sob uma plataforma comum de informações financeiras.

Valor: Mas há ainda pontos polêmicos, como "valor justo".

DiPiazza: Todos os países que entraram nesse processo de convergência enfrentaram alguns problemas. Pode ter sido a contabilidade de fundos de pensão, de aquisições, de fundo de comércio... O Brasil precisa encontrar seus próprios mecanismos para adaptar-se ao balanço global. O valor justo não é um tema exclusivo do IFRS, há um componente de valor justo nos padrões americanos. A maior parte do Reino Unido há muito tempo lida com essa questão. Não acho que seja um assunto relativo à convergência, mas sim se o valor justo é a coisa certa a fazer; é o que as pessoas perguntam, quais as vantagens e desvantagens. E nossa visão é que o nem todo ativo precisa ser trazido ao valor justo. Mas alguns ativos, particularmente ativos financeiros, precisam. É um desafio, mas num mundo cada vez mais sofisticado com relação a instrumentos financeiros, usar o custo histórico não é o melhor para o investidor.

Valor: O que o sr. espera das eleições americanas?

DiPiazza: São candidatos com propostas bem diferenciadas, mas não acho que muita coisa vá mudar nos próximos 12 meses. A economia americana vai passar por tempos difíceis.

SITE: http://www.fenacon.org.br/pressclipping/2008/marco/14/ve140308b.htm

Ajustes Contábeis e “Valor Justo”

Através de um simples jogo de contas, de um ajuste, o Banco Central do Brasil transformou há pouco um “prejuízo” de mais de 40 bilhões em um “lucro” de mais de 3 bilhões de reais.

Quem pagará a conta, segundo a imprensa noticiou, será o contribuinte brasileiro, pois, a diferença do referido “ajuste” transformar-se-á em “dívida pública”.

Segundo o editado por Nils Pratley (guardian.co.uk) fazem poucos dias, bilhões de dólares de “arranjos contábeis” causaram um enorme reboliço no mercado acionário estadunidense.

O articulista evidencia que os “arranjos” nos valores da Lehman reduziram nos balanços o montante de mais de 700 bilhões a pouco mais de 36 bilhões de dólares.

Os exemplos referidos são bastante expressivos e suficientes para denunciar o que pode o “subjetivo” causar em matéria de avaliação.

A adoção de um denominado “justo valor”, na forma em que se encontra concedido nas ditas Normas Internacionais, já está produzindo efeitos gravosos e muitos outros certamente se seguirão.

Poder-se-ia alegar que o regime legal controlaria o “subjetivismo” ensejado, mas, a férrea adoção das referidas normas, em suas básicas conceituações (IRFS) as situa acima da própria lei.

O que merece minha advertência, pois, não é a busca de um “valor adequado” (já que não existe expressão monetária absoluta), mas, a liberalidade, a “volatilidade” permitida da qual podem derivar-se valores vultosos como os exemplificados.

Aqueles que com interesse cultural tiveram a oportunidade de ler as minhas obras sabem que sempre defendi a adoção de critérios científicos estribados na Teoria do Valor.

Não há em um só de meus mais de cem livros escritos, nem em nenhum de meus mais de treze mil artigos editados, uma só frase que defenda ou apóie a tradução de um “falso valor” ou de um “valor subjetivo”; nem, tão pouco a apologia de expressões valorimétricas fora da realidade.

Se houvesse estaria eu a trair a minha própria consciência ética e a sólida formação científica que adquiri e defendo.

A questão não está em conservar valores históricos, mas, sim, em saber como de forma “objetiva” atualizá-los.

A questão não está em “volatilidade”, mas, em “responsabilidade” técnica e social.

Se a informação contábil fica ao sabor do subjetivismo tem toda a condição de lesar a quem dela se utiliza.

Os pronunciamentos que tenho feito referem-se a uma advertência baseada na longa experiência que possuo sobre a questão normativa, desde os escândalos que motivaram na década de 70 uma comissão parlamentar de inquérito, no Senado dos Estados Unidos.

No relatório da referida indagação o senador Lee Meetcalf foi incisivo em declarar que as normas eram feitas ao sabor de interesses e que eram motivo de deformação de informações.
Diversos profissionais e intelectuais de responsabilidade, sem vinculações diretas ou indiretas com os grupos que se interessam em manipular demonstrações contábeis, protestaram em obras e artigos, como é exemplo o professor Abrahan Briloff, da Universidade de Nova York (notadamente em seu livro More Debts Than Credits).

Os escândalos no mercado de capitais (ENRON, PARMALAT, QWEST, MERCK etc.) aonde se manipulam os recursos das massas populares, continuaram mostrando que o problema não teve solução; a questão, pois, exige um maior rigor e não uma extrema “volatilidade” informativa contábil; é sobre isso que cumprindo meu dever ético tenho advertido; para mim é uma questão de honestidade intelectual face ao amor que dedico á ciência da Contabilidade e à comunidade profissional e universitária que me tem tanto prestigiado.

* Nível Superior Máximo: Doutor em Letras, honoris causa, pela Samuel Benjamin Thomas University, de Londres , Inglaterra, 1999
Doutor em Ciências Contábeis pela Faculdade Nacional de Ciências Econômicas da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro, 1964.
Antônio Lopes de Sá*

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Etapas de implantação da IFRS no Brasil


O processo de implantação da IFRS no Brasil já começou embora as companhias brasileiras tenham até 2010 para se adequar as normas, prazo definido pelo BCB (Banco Central do Brasil) por meio do comunicado n°14.259, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que expediu a instrução CMV n°457 e a Susep (Superintendência de Seguros Privados), que emitiu a circular n°357, exigindo adequação às normas internacionais de contabilidade e publicação das demonstrações financeiras consolidadas das companhias brasileiras em IFRS.
O CFC (Conselho Federal de Contabilidade), por meio da Resolução CFC n°1।055, de 07/10/2005, criou o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que tem o objetivo de estudar, preparar e emitir pronunciamentos técnicos sobre os procedimentos da contabilidade internacional considerando a convergência do padrão contábil brasileiro aos padrões internacionais। São membros do CPC:

Associação Brasileira de Companhias Abertas (ABRASCA).
Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APRIMEC Nacional).
Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA).
Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI);e
Instituto dos Auditores Independentes (IBRACON)।


Além dessas sempre serão convidados a participar dos trabalhos, representantes dos seguintes órgãos: BACEN, CVM, Susep, e secretaria da Receita Federal do Brasil, entre outras entidades ou especialistas.
A nova Lei n° 11.638/2007 que já é válida desde 1° de janeiro de 2008, foi criada a partir do Projeto de Lei n° 3.741/2000 tornando-se um ponto de partida para a implantação das normas internacionais na contabilidade brasileira, ela altera e revoga certos dispositivos da Lei n°6.404/1976 Lei das Sociedades Anônimas. O objetivo dessa Lei é inserir o Brasil ainda mais nos mercados globais de capitais e possibilitar que todas as empresas brasileiras, de capital aberto ou não, preparem suas demonstrações financeiras exclusivamente em IFRS, padrão atualmente adotado nos principais mercados de valores mobiliários, contribuindo para uma melhora da interpretação e aceitação das demonstrações e informações contábeis das empresas brasileiras, gerando menor custo de transação e conseqüentemente diminuindo o risco gerado pela interpretação das informações contábeis, que influi diretamente no valor das ações das companhias listadas em bolsa, tais mudanças certamente contribuirão para o fortalecimento do mercado de capitais do Brasil e para a obtenção do desejado "investment grade” (grau de investimento).
Algumas das mudanças requeridas pela Lei n°11।638/2007, que introduziu certos princípios de IFRS na contabilidade brasileira visando uma inicial harmonização da contabilidade brasileira com as normas contábeis internacionais, ajudando a trazer maior credibilidade nos princípios contábeis brasileiros, são:


Inclusão da Demonstração de Fluxos de caixa (DFC) em substituição á Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).
Criação de subgrupo no Ativo Permanente para registro de Ativos Intangíveis.
Adequação do conceito e da composição das Reservas de Capital.
Adequação do conceito e da composição das Reservas de Lucros, com a inclusão da Reserva de Incentivos Fiscais e da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Exame dos aspectos relacionados à reavaliação de imobilizados de uso.
Avaliação e registro do valor recuperável de ativos.
Adequação do conceito e das contas que compõem o subgrupo Ativo
Diferido.
Adequação do conceito e das contas que compõem o subgrupo Ativo
Imobilizado.
Operações de incorporação, fusão e cisão de empresas.
Avaliação de investimentos em coligadas e controladas.
Exame dos aspectos relacionados aos ajustes de avaliação patrimonial.
Contabilização das operações de arrendamento mercantil financeiro.
Atualização de ativos e passivos de longo prazo.

Um dos pontos mais sensíveis para a transição e implantação do IFRS é adaptação dos sistemas e ferramentas tecnológicas, pois ocorrerá alteração no plano de contas, com isso aumentará o mercado de trabalho na área de TI, e já existem algumas empresas de olho nessa nova perspectiva que o IFRS trará.
Embora nos países fortemente legalistas a dificuldade para harmonização seja maior devido que cada país possui normas fiscais diferentes, a IFRS irá trazer inúmeros benefícios aos países que optar adotar o sistema, até na realização de trabalhos de auditoria irá contribuir na redução de custos।


Fontes:
http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=67&codConteudo=2835
http://www.societario.com.br/colunista/carolinaprevitalli/reformacontabil.php
http://www.bcb.gov.br/nor/convergencia/IFRS_7_Evidenciacao_de_Instrumentos_Financeiros.pdf
http://ultimainstancia.uol.com.br/artigos/ler_noticia.php?idNoticia=47597
http://www.bradescori.com.br/uploads/conteudo/21149/12_IFRS.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm

Crítica ao IFRS (nos EUA)

O respeitado autor de contabilidade Shyam Sunder (SEC mandate invites monopoly, Financial Times) faz uma crítica a adoção do IFRS pelos Estados Unidos. Sunder questiona a razão de existir um monopólio na determinação de regras contábeis.Além disto, as normas do IFRS possuem os seguintes problemas:a) por ser baseado em princípios, mas sem uma força na execução, permite espaço para diversidade e redução na comparabilidadeb) a SEC identifica como razão para optar pelo IFRS em decorrência de “elevada qualidade”. Entretanto, a SEC não esclarece o que significa istoc) Ficará mais difícil a existencia de tratamentos alternativos e a experimentação contábil. [Isto não seria um freio para as inovações?]d) A substancia econômica dos negócios depende de questões jurídicas, comerciais, de mercado, de governança e de gestão ambiental. Imaginar que as normas internacionais irão permitir maior comparabilidade é um sonho. Sunder lembra que alguns países adotaram o IFRS mas usam suas interpretações próprias.e) Ao contrário das medidas físicas, o comportamento das empresas mudam com as alterações nas normas contábeis. Neste caso, a contabilidade assemelha-se mais a metáfora das línguas do que das medidas físicas. E o esperando é um exemplo de fracasso na adoção de um padrão internacional.Uma análise lúcida sobre o assunto.Sunder é autor do excelente livro Theory of Accounting and ControlFonte: Contabilidade Financeira
Site: http://analisedebalanco.blogspot.com/2008/09/crtica-ao-ifrs-nos-eua.html

Editorial

As normas contábeis existentes no Brasil são funcionais, porém frente às necessidades da globalização da economia, as NBC mostram-se desatualizadas com as novas tendências mundiais, dificultando as companhias brasileiras na captação de recursos no mercado financeiro internacional ou na prestação de contas as suas controladoras sediadas no exterior ou até mesmo seus usuários internacionais.
As normas internacionais de contabilidade surgem não só da importância de globalização da economia, surge como uma ferramenta capaz de auxiliar essa nova tendência de padronizar as demonstrações contábeis, favorecendo as tomadas de decisão no mercado financeiro para investidores e aumentando a captação de recursos às companhias que se propõem a implantar o sistema. A grande verdade é que além de favorecer a análise permitindo comparabilidade com outras companhias e facilitando o entendimento por parte dos interessados, as IFRS trazem status às companhias que estabelece suas normas, sinônimo de confiabilidade e transparência, que para os investidores soam como garantia de retorno de seus investimentos.
No Brasil essa mudança já começou a ganhar espaço com o sancionamento da Lei n°11.638/2007, que tem o objetivo de harmonizar a contabilidade brasileira aos padrões internacionais facilitando o investimento estrangeiro, e também auxiliar no processo de adoção das IFRS, que a partir de 2010 passará a ser obrigatório nas demonstrações contábeis das companhias brasileiras.
Embora polêmico e delicado, o processo de implantação das normas internacionais traz novas perspectivas para o mercado de trabalho que já era promissor, e com a chegada das IFRS passará a ser ainda mais, porém vai exigir do profissional e futuros profissionais conhecimento sobre o sistema, a qualificação será um diferencial para os contadores que demonstrarem interesse em atualização frente às novidades, e em contrapartida o mercado de trabalho valorizará ainda mais esse profissional qualificado.
O objetivo desse blog é mostrar de forma sintética a história das normas internacionais de contabilidade, os motivos que levam a necessidade de padronização e as principais mudanças que afetarão a linguagem contábil brasileira.
Se você está à procura de informação sobre essas mudanças que iram alterar não só a economia mundial, mas também o mercado de trabalho na área contábil, você está no lugar certo!Prepare-se para dar um passo que te levará a descobrir novos horizontes, porque como disse Leonardo da Vinci “Aprender é a única de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.”